NOTAS TECNICAS

               
 http://www.youtube.com/watch?v=B7bdPRUa-m0#t=354&hd=1                             

PESQUISA FACILITA REPOSIÇÃO DE MATA CILIAR


 

Pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba verificaram que é efetivamente possível transplantar ervas, palmeiras, trepadeiras, bromélias e orquídeas de uma floresta ou uma capoeira para restaurar uma área de mata ciliar degradada. Calculam os psquisadores que as mudas pequenas (plântulas) de árvores e arbustos e o solo superficial carregado de sementes represente 50% da diversidade biológica de uma mata ou capoeira. Os pesquisadores da Esalq propõem três técnicas para aproveitar sementes, mudas ou epífitas a serem transplantadas de uma área para outra. Essas técnicas serão detalhadas em breve aqui no blog do ISAM.

 

Pedreiras (MA), 16 de setembro de 2013.

O CLIMA E OS BIOMAS
As diferenças em longo prazo na média anual de precipitação e temperatura levam à formação de desertos tropicais, temperados e frios; áreas de pastagens e florestas e, em grande parte, determinam suas localizações.
As diferenças explicam porque uma área de superfície terrestre do planeta é um deserto, outra, uma pastagem e outra ainda, floresta. Também podem explicar porque os padrões globais de circulação de ar são responsáveis pelos diferentes tipos de desertos, pradarias e florestas.
Há três tipos de desertos: tropical, temperado e frio. Neles a precipitação anual é baixa e, muitas vezes, dispersada de forma desigual ao longo do ano. Durante o dia, o sol escaldante aquece o solo, e a água se evapora das folhas das plantas. À noite, a maioria do calor armazenado no solo irradia rapidamente para a atmosfera.
Pastagens naturais ocorrem principalmente no interior dos continentes, em áreas que são muito úmidas para formar desertas e secas demais para o crescimento de floresta. Persistem por causa de uma combinação de seca sazonal, grandes herbívoros pastando e incêndios ocasionais – todos impedindo que os arbustos e árvores cresçam em grandes números. Os três principais tipos de pastagem natural são: tropical (savana), temperada (pradaria) e fria (tundra ártica). Tundra é um termo russo para planície pantanosa. Trata-se de um bioma frágil porque a maioria dos seus solos foi formada há 17 mil anos, quando as geleiras começaram a recuar depois da última Era Glacial.
Florestas são terras dominadas por árvores. Seus três principais tipos são: tropicais, temperadas e frias. Resultam da combinação da variação em níveis de precipitação e temperatura médias. As florestas tropicais úmidas são encontradas perto do equador, onde o ar quente e úmido sobe e libera umidade, contribuindo para a formação das chuvas pesadas e quase diárias. São florestas exuberantes, com grande biodiversidade. É o bioma dominante na Amazônia.
Pedreiras (MA), 08 de maio de 2013

 

A  ENERGIA  NO  ECOSSISTEMA

A luz do Sol é a fonte de energia em última instância para a amioria das coisas vivas, incluindo as necessidades de energia da sociedade humana. Sem a energia do Sol, os sistemas biológicos não existiriam como nós os conhecemos, nem nós existiríamos para saber sua existência. As plantas, as algas e algumas bactérias capturam a energia luminosa e a transformam em energia de ligações químicas, em carboidratos, pela fotossíntese. este processo de assimilação de energia, que subjugaz todas as funções  ecossistêmicas, é denominado de produção primária. Essa assimilação é conhecida como produção primária bruta. Uma parte dessa produção fica indisponível aos consumidores porque é utilizada na respiração da planta. A energia acumulada na biomassa das plantas, e assim disponível aos consumidores, é denominada de produção primária líquida. A produção primária líquida vai para o crescimento e reprodução.
Pedreiras (MA), 22 de março de 2013

 OS SISTEMAS ECOLÓGICOS

Um sistema ecológico pode ser um organismo, uma população, um conjunto de populações vivendo juntos (frequentemente chamados de comunidade), um ecossistema ou toda a biosfera. Cada sistema ecológico menor é um subconjunto de um próximo maior, e assim os diferentes tipos de sistemas ecológicos formam uma hierarquia. A natureza hierárquica dos sistemas ecológicos normalmente segue do organismo, sua menor escala, até a biosfera, sua maior escala. Organismo: troca de energia e matéria com o ambiente; reprodução e sobrevivência; a unidade da seleção natural; comportamento. População: dinâmica populacional; a unidade da evolução. Comunidade: interação entre populações; a unidade da biodiversidade. Ecossistema: fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Biosfera: processos globais. Embora os sistemas ecológicos variem em escala de um único micróbio até toda a biosfera terrestre, todos obedecem a princípios semelhantes. Alguns dos mais importantes destes princípios se referem  aos seus atributos físicos e químicos, à regulação de sua estrutura e função, e à mudança evolutiva. Aplicar estes princípios às questões ambientais pode nos ajudar a vencer o desafio de manter um ambiente de suporte para os sistemas naturais - e para nós mesmos - em face dos crescentes estresses ecológicos.
Pedreiras (MA), 25 de dezembro de 2012

 

 

 

 

DIVERSIDADE DO REINO VEGETAL

O planeta Terra é extremamente rico em diferentes formas de vida. Aqui a vida encontrou condições ideais para se manifestar, diversificar e evoluir nas mais distintas e inesperadas direções.

Estima-se que existam no planeta, atualmente, quatro a cinco milhões de espécies de organismos, entre bactérias, fungos, animais e vegetais. Os vírus não estão incluídos nesta estimativa, pois não considerados seres vivos. Estima-se ainda que cerca de 500 milhões de diferentes formas de vida viveram no planeta e desapareceram por razões diversas. Isto quer dizer que cerca de 95% de todas as formas de vida que aqui existiram foram extintas. Toda a diversidade atualmente encontrada é proveniente desses magros cinco por cento restantes que conseguiram deixar descendentes.

Aqui fica uma pergunta. Se a taxa de extinção fosse menor, com maior biodiversidade a humanidade não poderia se beneficiar melhor dessa riqueza? É claro que sim. Daí a importância que hoje se coloca na preservação dessa biodiversidade, e justamente porque a atual sociedade, mais complexa, necessita aproveitar muito mais desse potencial que a natureza oferece ao homem.

São conhecidas atualmente cerca de 400 mil espécies de plantas. Sabe-se, entretanto, que existe um grande número de espécies que não foram descobertas ainda, isto é, não existem para a ciência. E mais, entre as conhecidas sistematicamente falta conhecer sua aplicação com base científica.

O Brasil, por exemplo, tem um grande número de plantas ainda não descobertas. Em um país de dimensões continentais como o nosso, cuja flora ainda é pouco conhecida, é comum em excursões botânicas serem descobertas espécies nova, isto é, ainda não descritas. Não existe nenhum botânico que tenha trabalhado em taxonomia de plantas brasileiras que não tenha descrito, pelo menos, uma espécie nova. Tal é a riqueza da nossa flora.

O bioma do Médio Mearim é de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, portanto, rico em biodiversidade que precisa ser estudada e preservada. O ISAM trabalha com esse objetivo.

Pedreiras (MA), 12 de novembro de 2012

 

 

IMPORTÂNCIA DAS ANGIOSPERMAS

 




As angiosperma (do grego: angion, uma + sperma, semente) – plantas com flores – representam a maior parte das plantas atuais do mundo visível. Seus representantes são as espécies de árvores, arbustos, capins e cultivos agrícolas.



Elas representam o filo Anthophyta, o qual inclui, pelo menos, 300.000 espécies e possivelmente cerca de 450.000 espécies, sendo assim, de longe, o maior filo de organismos fotossintetizantes, ou seja, papel importante no sequestro do gás carbônico CO², mitigando o efeito estufa.


Em suas características vegetativas e florais, as angiospermas são extremamente diversas. Em tamanho, elas variam desde espécies arbóreas como Eucalyptus, de mais de 100 metros de altura, com troncos de aproximadamente 20 metros de diâmetro, até algumas espécies de lentilhas-d’água, que são plantas simples, flutuadoras, muitas vezes mal alcançando um milímetro de comprimento.

Algumas angiospermas são escandentes, alcançando a altura da copa das plantas da floresta tropical, enquanto outras são epífitas que crescem naquelas copas. Muitas angiospermas, como os cactos, são adaptadas a crescer em regiões extremamente áridas. Por mais de 100 milhões de anos, as plantas com flor têm dominado o ambiente terrestre.

Em termos de história evolutiva, as angiospermas representam um grupo de plantas com sementes com características especiais: flores, frutos e um ciclo de vida distinto, que as tornam diferentes de todas as outras plantas.

Compartilham tantas características únicas que é evidente serem monofiléticas (derivadas a partir de um único ancestral comum). Elas compreendem inúmeras linhas evolutivas, algumas com apenas poucos membros, e duas muito grandes classes Monocotiledôneas, com pelo menos 90 mil espécies e as Eudicotiledôneas, com pelo menos 200 mil espécies.

As monocotiledôneas incluem plantas tão familiares quanto os capins, lírios, orquídeas e palmeiras. As eudicotiledôneas são mais diversificadas, incluindo quase todas as árvores e os arbustos que conhecemos (com exceção das coníferas) e muitas ervas (plantas não lenhosas).

Com todas essas características e funções as angiospermas merecem estudos e preservação para a sustentabilidade do planeta Terra.

 

Pedreiras, 28 de outubro de 2012


 


Pesquisa na Mata Ciliar do Rio Mearim


A Universidade Federal do Maranhão – UFMA, através do Departamento de Botânica, realizará no município de Pedreiras, pesquisa na mata ciliar do rio Mearim, com os seguintes objetivos:
a) inventariar e caracterizar a diversidade da flora da região do Médio Mearim identificando espécies de uso medicinal, econômico e ecológico;
b) compreender os processos geradores, mantenedores e impactantes dessa biodiversidade;
 c) desenvolver bases metodológicas e padrões de referência para estudos de impacto ambiental a partir dos estudos procedidos;
d) divulgar esse conhecimento e sua importância para manutenção e uso sustentável dessa flora;
e) disponibilizar os conhecimentos obtidos para orientar a legislação ambiental do Estado do Maranhão no sentido da definição de indicadores e de políticas para a preservação da biodiversidade.
f) utilização dos resultados da pesquisa para ser empregado no projeto de revitalização do rio Mearim.
O projeto é proposto pela Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Agropecuário e Florestal da Amazônia – FUNAGRI, com sede em Belém (PA). O projeto terá apoio da Prefeitura Municipal de Pedreiras, do Comitê de Desenvolvimento Sustentável do Médio Mearim – CODESUM, do curso de geografia da Faculdade São Francisco – FAESF, do Instituto Socioambiental do Médio Mearim – ISAM e do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Mearim; todas as instituições são voltadas ao desenvolvimento da região do Médio Mearim.
Uma equipe do Departamento de Botânica da UFMA já esteve em Pedreiras. Na ocasião visitaram a Reserva Ambiental do ISAM e vistoriaram as condições da mata ciliar do rio Mearim, nos municípios de Pedreiras e Trizidela do Vale. Os pesquisadores avaliaram a necessidade da pesquisa em face do estado de degradação em que se encontra a Área de Preservação Permanente (APP) do rio Mearim. Eles se posicionaram favoráveis à participação das instituições local, que muito contribuirão para a compreensão do projeto pela população.
O projeto de pesquisa, em sua primeira versão, já foi elaborado pelos pesquisadores em botânica da UFMA, terá a duração de quatro anos e está sendo analisado pela FUNAGRI para a adequação de financiamento, o qual será não reembolsável. Também é propósito do Departamento de Botânica da UFMA, com esse projeto, instalar uma base permanente de pesquisa em Pedreiras.
Os resultados da pesquisa serão utilizados na revitalização do rio Mearim. Trata-se da primeira revitalização de um rio maranhense. Esse projeto terá uma extensão de 250 km e abrangerá os municípios de Esperantinópolis, Joselândia, Poção de Pedras, Pedreiras, Trizidela do Vale e São Luís Gonzaga

Pedreiras (MA), 21 de outubro de 2012




APROVADO O C0MITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MEARIM PELO CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CONERH/MA.
 A mobilização em prol da defesa e revitalização da bacia hidrográfica do rio Mearim teve início em 2001. Essa mobilização fez acontecer, em vários municípios, oficinas e audiências públicas em defesa do rio Mearim. Tais ações constituíram-se no mais importante conjunto de eventos socioambientais do Maranhão, com envolvimento direto de ambientalistas, pesquisadores, secretários municipais de meio ambiente, sindicatos de trabalhadores rurais, educadores e demais simpatizantes da causa ambiental.
A mobilização tomou força com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) oriundo da Promotoria de Justiça da Comarca de Pedreiras, que inclusive contribuiu para o funcionamento do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH), órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais.
A criação e implementação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Mearim é um dos instrumentos colegiados da gestão da água, conforme legislação pertinente. Em 30 de maio de 2012, a Comissão Provisória do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Mearim através do ofício 01/CBHRM/2012 encaminhou ao CONERH a proposta de instituição do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Mearim. Este sonho se concretizou em 31.08.2012 quando o comitê foi reconhecido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, através da aprovação, pelo CONERH.
O Comitê de Bacia Hidrográficas do Rio Mearim compõem o Sistema Estadual de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos. É um órgão colegiado com atribuições normativas, deliberativas e consultivas, a ser exercida na área de abrangência da bacia hidrográfica.

Pedreiras (MA), 21 de outubro de 2012



2011: ANO DAS FLORESTAS

O bioma do Médio Mearim é caracterizado pela transição entre as florestas da pré- Amazônia, da Caatinga e do Cerrado, com uma forte presença do babaçu (Orbignya spp). Esta palmeira constituia apenas um dos múltiplos componentes da vegetação original que cobriam esta região, rica em em espécies diversificadas. Depois que os colonizadores derrubaram essa vegetação aubstituindo-a por cultivos e pastagens, as palmeiras do babaçu emergiram em sucessão como espécie florestal dominante.
A Reserva Ambiental "Newton Martins Barbosa", entidade do Instituto Socioambiental do Médio Mearim - ISAM, se propõe não apenas a preservar espécies desse bioma, como estudá-las e inserí-las na economia desta região maranhense.

Um incentivo amais leva o ISAM a promover estes objetivos neste ano de 2011 - ANO DAS FLORESTAS - proclamado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 20 de dezembro de 2006, por reconhecer que os biomas e sua gestão sustentável podem contribuir enormemente com o desenvolvimento sustentável, com a erradicação da pobreza e para atingir os objetivos de desenvolvimento do milênio.

Preservar a vegetação é sinônimo de proteger a vida. Os biomas têm sido ameaçados em todo o mundo pela degradação incontrolada, por terem seu uso desviado para necessidades crescentes do prório ser humano e pela falta de um gerenciamento ambiental adequado.

As florestas são ecossistemas mais ricos em espécies vegetais e animais. Sua destruição causa erosão dos solos, degradação das áreas de bacias hidrográficas (bacia do rio Mearim), perdas na vida animal (quando seu habitat é destruído, os animasi morrem)e perda de biodiversidade.

O ISAM não apenas se solidariza com o ANO DAS FLORESTAS, como promoverá ações que visem conscientizar a sociedade local, da importância em preservar e manejar de modo sustentável o bioma do Médio Mearim.
 

Pedreiras (MA), 07 de janeiro de 2011.

Francisco  Barbosa
Sócio Presidente - ISAM



REVITALIZÇÃO E PRESERVAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MEARIM NO MUNICÍPIO DE PEDREIRAS NO ESTADO DO MARANHÃO

Introdução

O Projeto de Revitalização e Preservação da Bacia Hidrográfica do Rio Mearim no Município de Pedreiras no Estado do Maranhão é uma necessidade e um anseio da sociedade local pela proteção de um bem natural público. Trata-se da preservação ambiental e da sustentabilidade de um ecossistema que desempenhou importante papel na economia maranhense, no povoamento desta região, e que atualmente atende as demandas da saúde, da economia, e da qualidade de vida nesta região.
O Rio Mearim teve uma participação fundamental no desenvolvimento econômico do Maranhão, no entanto hoje este fato é esquecido ou desconhecido. Em 1774, com a força da economia algodoeira o Maranhão liderava o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) per capita do Brasil com 112 dólares; o menor era da Paraíba com 22,4 dólares, enquanto que o PIB médio brasileiro ficava em 61,2 dólares. Em 1780, o algodão respondia por 24% das exportações do Brasil Colônia, superado pelo açúcar que as liderava com 34%. Nesse período, este rio, que então recebia navegação de médio e grande porte teve um papel importante na navegação a montante em busca de nova fronteira agrícola para a expansão do cultivo do algodão e a jusante no escoamento dessa crescente produção. Concomitantemente foi também responsável pelo povoamento desta região, visto ser o caminho natural para alcança-la.
Assim, revitalizá-lo e preservá-lo é uma atitude de urgência com o desenvolvimento atual, um ato de reconhecimento com a história do Maranhão e uma responsabilidade com as gerações futuras.
Trata-se de um grande projeto que se coaduna com a magnitude do problema existente, ou seja, da inserção desta região no desenvolvimento sustentável e do resgate da história do Maranhão, da qual o Rio Mearim é um protagonista ainda vivo, mas se não passar pelo processo de revitalização e preservação, morrerá.
Sua magnitude implica ações de curto, médio e longo prazo. Esta condição demonstra a necessidade do envolvimento da sociedade para seu pleno sucesso. Diante desta constatação é imprescindível que pari passu a sua execução desencadeiem-se ações de divulgação e conscientização junto a população, de modo que esta seja sua maior parceira e disponibilize seu capital político em apoio a implementação de suas etapas.
O projeto está estruturado em 14 itens, sendo que seu núcleo encontra-se nos Objetivos, no Problema e na Justificativa. Urge que todo esforço possível seja feito no sentido de viabilizar sua consecução que além dos benefícios ao desenvolvimento sustentável dele advindos será também uma quebra de um modus vivendi e modus operandi ainda predominante nesta região. Não é projeto de um governo, mas da sociedade.

Instituições Proponentes do Projeto

Prefeitura Municipal de Pedreiras, Comitê de Desenvolvimento Sustentável do Médio Mearim (CODESUM), Instituto Socioambiental do Médio Mearim (ISAM).

Instituições Parceiras do Projeto

Empresa OGX Maranhão, Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, demais instituições que queiram participar do projeto.

Bioma a ser Restaurado

Vegetação ciliar do Rio Mearim em zona de transição entre a floresta tropical úmida (pre-amazônica) e a região dos cocais maranhenses, no município de Pedreiras, no Estado do Maranhão.

Objetivos

a) restaurar a vegetação ciliar do Rio Mearim e seus afluentes no município de Pedreiras;
b) implantar uma unidade de produção de mudas de espécies vegetais nativas para dar suporte à restauração da vegetação ciliar, no referido rio e seus afluentes;
c) instalar uma reserva ambiental com espécies nativas da região do Médio Mearim, que façam parte da vegetação ciliar do rio, que estejam em risco de extinção, com valor econômico, e de uso medicinal;
d) montar uma unidade de produção de alevinos para reposição e repovoamento piscícola no rio objeto deste projeto;
e) realizar campanhas educativas que despertem na população uma consciência preservacionista assegurando os bons e imprescindíveis serviços ambientais, e os recursos naturais propiciados pelo Rio Mearim e seus afluentes;
f) viabilizar mecanismos que possibilitem modernizar a produção agropecuária tradicional tornando-a mais produtiva e com responsabilidade ambiental evitando suas externalidades negativas na bacia hidrográfica do Rio Mearim;
g) viabilizar mecanismos que possibilitem implantar saneamento na cidade de Pedreiras, fossas sépticas nos povoados e o tratamento adequado do lixo.

Problema

O Rio Mearim é genuinamente maranhense com bacia de 97.710 km2 nasce nas encostas setentrionais da Serra da Menina em altitude de 400 a 500 m e um curso de 930 km, aproximadamente. Seu percurso no município de Pedreiras é de 180 km de extensão; sua largura varia entre 50 e 100m e a profundidade média é de um metro, como consequência do desaparecimento da vegetação ciliar e o consequente assoreamento, o que inviabiliza uma prática que lhe foi comum até a década de 1970, a navegação fluvial.
Este assoreamento e suas consequências negativas é função das seguintes atividades humanas. Pecuária extensiva, em busca constante de novas áreas para pastagens devido a degradação das mesmas pelo mau manejo aplicado. Exploração dos recursos da flora que margeia o rio. Agricultura de subsistência, praticada no sistema corte-queima necessitando constantemente de novas áreas com biomassa de capoeira que lhe permita produtividade compatível com o trabalho dispendido. A agricultura familiar, que já utiliza defensivos agrícolas os quais atingem o rio via águas pluviais.
Todas essas atividades, por serem conduzidas sem um manejo correto, produzem a erosão do solo que além de empobrecê-lo para as atividades agropecuárias, transportam volume considerável do solo para o leito do rio.
Fator de degradação biológica do rio é o despejo em suas águas e de seus afluentes do lixo e dejetos humanos produzidos na cidade de Pedreiras e em povoados do município. O aumento da matéria orgânica contribui para a diminuição do nível de oxigênio na água, diminuindo a possibilidade de vida aquática.
A diminuição da profundidade no leito do rio aliada a queda no nível de oxigênio na água leva a perda de sua piscosidade, o que já é notado. Espécie como Pescada (Cynoscion spp), Mandubé (Ageneiosus brevifilis), Surubim (Pseudoplatystoma fasciatum) e Mandi (Pimelodus spp) que até os anos de 1960 eram pescadas regularmente, hoje se restringem, em volume decrescente, às duas últimas espécies, e outras de menor valor econômico.
Ressalte-se que Pedreiras já foi um município exportador de pescado. Ao deixar de fazê-lo, confirma-se a perda da biodiversidade do rio. Esta acarreta declínio na economia do município, na renda dos pescadores e na qualidade da alimentação da população. Só aumenta a pobreza.

Justificativa

Não é de hoje que a importância da vegetação ciliar, para evitar o assoreamento dos rios, manter a navegabilidade e a biodiversidade vem sendo discutida na comunidade científica. Mais recentemente este tema juntamente com a importância das florestas passou a figurar na agenda de debates políticos e econômicos, como revela o extenso caderno publicado na conceituada revista inglesa The Economist, em sua edição de 23 de setembro de 2010.
Neste caso específico da bacia hidrográfica do Rio Mearim as atividades de subsistência e também as de porte econômico, ligadas direta ou indiretamente, à sua vegetação ciliar estão sujeitas a uma distorção de incentivos a qual os economistas chamam “externalidades”. Por exemplo, ao realizar atividades agropecuárias e extrativas dentro de sua propriedade, sem um manejo correto, um produtor está causando impactos negativos sobre a qualidade do ar e das águas dessa região, e no caso em foco, também no assoreamento, na navegabilidade e na biodiversidade do rio. Como esses “bens” são públicos e não possuem um mercado próprio os custos do esgotamento desses recursos impostos sobre toda a sociedade não são cobrados diretamente deste produtor e, desta forma, são “externalizados”.
Assim, para que a taxa de degradação da bacia hidrográfica do Rio Mearim não continue aumentando e leve à morte do rio é preciso que a sustentabilidade do seu ecossistema faça parte da estratégia de desenvolvimento desta região. Esta sustentabilidade é conseguida pela recomposição da vegetação ciliar do rio e pela modernização das atividades antrópicas. Se por um lado é necessário ativar a economia gerando emprego e renda para a população que aqui vive também se torna fundamental que o poder público, os agentes econômicos e a população vejam a sustentabilidade desse ecossistema como forma de aumentar o desenvolvimento econômico aliado à qualidade de vida e a preservação do meio ambiente no Médio Mearim.
Todo o contexto que envolve o Rio Mearim (desde sua participação na história econômica do Maranhão, no povoamento e manutenção desta região, da degradação presente e do futuro pautado na sustentabilidade), justifica que entidades pública, privada e da sociedade civil autoras e parceiras deste projeto busquem a revitalização e preservação desse ecossistema no município de Pedreiras.

Participação das Entidades Envolvidas com o Projeto

Prefeitura Municipal de Pedreiras. Sua participação fica a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Comitê de Desenvolvimento Sustentável do Médio Mearim (CODESUM). Sua participação depende do posicionamento da sua diretoria.
Instituto Socioambiental do Médio Mearim (ISAM). Disponibilizará área urbana, na cidade de Pedreiras, com quatro hectares para a implantação da unidade de produção de mudas, e também para a manutenção da Reserva Ambiental com
espécies nativas que componham a vegetação ciliar do Rio Mearim; espécies em risco de extinção; espécies de valor econômico e de uso medicinal. Estas serão alvo de pesquisa em botânica econômica com resultados direcionados ao desenvolvimento econômico regional.
Instituições Parceiras. Empresa OGX Maranhão, Fundo Nacional do Meio Ambiente, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, e outras que queiram aderir. Essas terão que ser contatadas previamente a respeito de sua participação no projeto.

Metas e Atividades

São delineadas em função dos objetivos do projeto.

Cronograma Físico Financeiro

Será programado, financiado e executado pelas instituições envolvidas com projeto, atendendo as demandas e a disponibilidade financeira.

Detalhamento do Projeto

Ficará a cargo da Prefeitura Municipal de Pedreiras através de sua Secretarial de Meio Ambiente, do CODESUM, do ISAM e das Instituições Parceiras que queiram participar.

Equipe Técnica para Desenvolvimento do Projeto

Será estabelecida pela Prefeitura Municipal de Pedreiras, através da Secretaria de Meio Ambiente, pelo CODESUM, pelo ISAM, e também pelas Instituições Parceiras se tiverem interesse, com quadro próprio ou contratado.

Resultados Esperados

- Recomposição da vegetação ciliar do Rio Mearim e seus afluentes no município de Pedreiras;
- Melhoria na biodiversidade do referido rio e afluentes;
- Diminuição do assoreamento do Rio Mearim em sua extensão no município de Pedreiras, condição precípua para que os serviços de dragagem possam restabelecer as condições de navegabilidade do rio;
- Aumento da atividade pesqueira com maior oferta de peixes à população e melhor renda aos pescadores;
- Funcionamento da unidade de produção de mudas que poderá ser aproveitada também para a arborização urbana;
- Implantação da unidade de produção de alevinos;
- Dotar a população de conscientização ecológica e preservacionista;
-O Rio Mearim voltando a ter melhor qualidade de água e maior biodiversidade evitando-se sua morte;
- Modernização dos sistemas produtivos como aliado importante na revitalização e preservação da bacia hidrográfica do Rio Mearim;
- Implantação do saneamento na cidade de Pedreiras, bem como ações correlatas nos povoados do município.

Estratégias de Continuidade

- Eventos constantes de conscientização da população;
- A Prefeitura Municipal de Pedreiras se envolvendo em conscientizar suas congêneres na necessidade de efetuarem ação semelhante.
- O CODESUM assumindo o compromisso da criação do Comitê de Bacias do Rio Mearim;
- O ISAM se comprometendo na produção das mudas das espécies da vegetação ciliar. Em estabelecer pesquisas na área de botânica econômica com as espécies que fazem parte da vegetação ciliar; das espécies em risco de extinção; das espécies com valor econômico e de uso medicinal que possam contribuir com o desenvolvimento econômico da região do Médio Mearim.
- Mecanismos que incentivem os produtores a modernizarem seus sistemas produtivos que atualmente contribuem para a degradação do Rio Mearim e seus afluentes;
- Mecanismos que permitam o sistema de saneamento acompanhar o crescimento populacional do município de Pedreiras.

Anexos

Documentos, planilhas e referências que se fizerem necessários.

Pedreiras (MA), 29 de janeiro de 2011.

Francisco Barbosa
 Sócio Presidente - ISAM